Para que essa inovação possa se transformar em um instrumento de geração de valor para uma empresa e em um fator de diferenciação, ela tem que emergir das equipes

 

Inovação é um elemento essencial para o desenvolvimento de qualquer empresa. Seja em produtos, serviços, modelos de negócios ou de gestão, é importante buscar diferenciais e características únicas que gerem valor para o público e o mercado.

A disposição para inovar deve fazer parte da estratégia. Por isso, é preciso desenvolver práticas de gestão que façam da inovação parte integrante da cultura. Isso não significa que ela deva ser aprisionada por normas e controles. Muito ao contrário: os ambientes onde a inovação é mais fértil exigem que haja liberdade e autonomia.

Fazer o que chamamos de gestão da inovação é criar condições para que o potencial criativo de cada pessoa possa resultar em iniciativas concretas, de forma orgânica, dentro e fora da empresa por meio de redes com clientes, fornecedores e parceiros. Para que isso aconteça, vejo a necessidade de atuação em duas frentes.

A primeira delas é estrutural e corresponde aos investimentos práticos que uma empresa faz na direção da inovação. É preciso disponibilizar os recursos necessários, sejam eles humanos e tecnológicos; definir o regime de trabalho (por exemplo, alocando um percentual do tempo de trabalho para projetos de inovação); capacitar os colaboradores e coordenar atividades que estimulem esse desenvolvimento.

 

 

Posso mencionar aqui, como exemplo, a iniciativa da Schmersal Brasil de manter um grupo de inovação multidisciplinar. Os profissionais discutem ideias e definem quais serão desenvolvidas. Como a adesão voluntária, o grupo é formado por pessoas que têm interesse em desenvolver este tipo de atividade, independentemente do cargo ou área de trabalho.

Outra prática muito desenvolvida na Schmersal é a cocriação de produtos e serviços com clientes. Tratam-se de soluções customizadas que consideram as funcionalidades que agregam valor a cada cliente e melhoram a experiência dos usuários, superando e muito as opções padrão oferecidas pelos concorrentes.

A segunda frente, essencial para que as ações da primeira possam ter sucesso, é a disposição em criar uma cultura inovadora dentro de uma empresa. Ideias e inspirações precisam de ambientes que estimulem o desenvolvimento delas.

Volto a recorrer à Schmersal para dar exemplos práticos sobre a criação dessa cultura. Para que a inovação seja algo orgânico dentro da empresa, nós apostamos em equipes autogerenciadas e com autonomia, para que os projetos não sejam submetidos a funis, autorizações e comitês, processos demorados e que desanimam.

Outro ponto que considero importante para que essa cultura inovadora possa ser incorporada a uma empresa é a tolerância aos erros e problemas, que são inerentes a qualquer processo de inovação, e o estímulo para que os profissionais assumam riscos visando a criação de algo novo.

Para que essa inovação possa se transformar em um instrumento de geração de valor para uma empresa e em um fator de diferenciação, ela tem que emergir das equipes. Cabe, então, à gestão criar todas as condições culturais e estruturais para que esse possa ser um processo orgânico dentro de uma empresa.

[ Fonte: melhorrh.com.br ]