A importância de ser um líder humano vai além de conceitos éticos. Quando um ambiente promove o sucesso das pessoas, o nível de satisfação e engajamento aumentam, porque elas se sentem mais valorizadas e, consequentemente, o fato reflete nos resultados da empresa. Do mesmo modo, quando isso deixa de acontecer, nota-se que as pessoas diminuem o grau de conectividade com o trabalho, ficando menos produtivas por não se sentirem reconhecidas e, como um dos resultados, a empresa pode sofrer e perder vários colaboradores, principalmente quando eles se desligam.
Um grande exemplo disso foi o alto número de pedidos de demissão que marcou o primeiro semestre de 2022 no Brasil, período em que 3,9 milhões de pessoas deram baixa em suas carteiras de trabalho. E, dentre os inúmeros motivos, a insatisfação e a falta de conectividade com a empresa e atividades realizadas estavam como justificativas para a tomada de decisão. “Quando temos um ambiente que não promove o sucesso dos colaboradores, as pessoas mudam de lugar na busca de encontrar algo que possa satisfazê-las”, explica Luiz França, especialista em gestão de pessoas e autor do livro “Cultura de Confiança”, lançado pela Editora Gente.
Enquanto as pessoas querem ser reconhecidas pelo valor que elas têm naquele ambiente, um outro ponto surge com força total, principalmente, após a pandemia — que apesar dos problemas gerados – trouxe um despertar de consciência que está aos poucos transformando os formatos de trabalho. É que, cada vez mais, os profissionais estão priorizando a qualidade de vida e buscando mais flexibilidade e autonomia. Isso nos mostra que as empresas que resistirem a essas mudanças correm o risco de perder grandes talentos.
Soma-se tudo isso ao próprio movimento “quiet quitting” ou desistência silenciosa. Até porque, apesar de ser um termo recente, não é algo novo no mercado de trabalho. Trata-se de uma forma de manifesto dos colaboradores – e em especial a Geração Z – com relação aos antigos métodos de trabalho, que por décadas foram normalizados nos ambientes corporativos, como a busca do resultado pelo simples resultados, a falta de limites entre vida pessoal X vida profissional.
Fica cada vez mais evidente que as organizações precisam repensar seus modelos de trabalho e principalmente avaliar os processos de gestão e liderança. “A humanização dos ambientes não é apenas um modismo passageiro, é sobre a razão de existir de uma empresa”, explica França. Quanto maior for o investimento nas pessoas e a influência da liderança na formação e construção da carreira dos colaboradores, maior será o sucesso de uma empresa.
Luiz França é especialista em Gestão de Pessoas, humanizador de empresas e autor do livro “Cultura de confiança: A arte do engajamento para times fortes e que geram resultados”.
[Fonte: www.mundorh.com.br]