As mudanças nos padrões culturais e sociais, impulsionados pela tecnologia e pela sociedade em rede, nos faz viver de modo acelerado. Percebemos o tempo de outra forma. Da mesma forma, a configuração dos negócios participa desse processo de mudança, para que possa sobreviver nesse mundo VUCA que se apresenta cada vez mais volátil, complexo, incerto e ambíguo. Tudo isso está transformando não apenas a forma como vivemos, mas – e principalmente – a maneira como trabalhamos.
Somos desafiados a encontrar respostas que não estão nos livros, a navegar na incerteza e a orquestrar o caos. Viveremos mais, trabalharemos mais, faremos do incerto rotina. Aprender a aprender será a única forma para sobreviver a esses novos tempos.
Então, diante de tudo isso, qual será o perfil do jovem profissional? Uma coisa é certa: soft skills serão os elementos mais buscados em termos de comportamento e competência. O desenvolvimento de competências socioemocionais será cada vez mais valioso, afinal, ser capaz de lidar com as próprias emoções, ter autoconhecimento, trabalhar com os outros, saber definir e gerenciar projetos de vida determinam se uma pessoa tem ou não potencial para crescer profissionalmente. Acelerar o desenvolvimento dessas habilidades se torna cada vez mais urgente.
Os líderes não irão apenas cuidar da distribuição e acompanhamento das demandas, ms precisarão ter um olhar cirúrgico sobre como alinhando as tarefas à tecnologia disponível sua equipe poderá ter uma alta performance e, portanto, atuarão em seu melhor nível.
No entanto, tudo isso só é possível porque o perfil do jovem que está ingressando no mercado de trabalho está passando por grandes transformações. Antes o perfil buscado devia apresentar competências técnicas como boa escrita, conhecimento em recursos (planilhas, apresentações, etc.), além de competências comportamentais que englobavam comunicação clara, relacionamento interpessoal eficiente e capacidade analítica, por exemplo. Porém, nos últimos anos, as competências passaram de comportamentais, em que se observa a interação com o meio em que o talento está inserido, para as competências socioemocionais, em que esse talento passa a ter consciência coletiva, além de considerar a relação EU e o OUTRO.
Isso signica que, além de conhecimentos específicos, é preciso que o jovem profissional de hoje tenha uma atuação consciente do meio em que estamos, para que seja capaz de resolver problemas, identificar e gerenciar emoções, trabalhar colaborativamente, estabelecer objetivos, demonstrar cuidado com o outro e enfrentar as situações adversas de maneira criativa e construtiva.
Preparar os jovens para a indústria 4.0, desenvolver competências socioemocionais, se trata justamente disso: viabilizar que eles se conheçam melhor e, a partir deste entendimento, possam tomar as melhores decisões e carreira.